Terra gira mais rápido, e dia será mais curto nesta quarta-feira

Planeta vai girar cerca de 1,30 milissegundo mais rápido do que o padrão.

Postado em 09/07/2025
Terra gira mais rápido, e dia será mais curto nesta quarta-feira
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Por Síbylle MachadoComercial

Nesta quarta-feira (9), a Terra vai registrar um dos dias mais curtos do ano, girando cerca de 1,30 milissegundo mais rápido do que o padrão de 24 horas. A aceleração, imperceptível no cotidiano humano, tem chamado a atenção da comunidade científica pelo comportamento incomum que vem se repetindo desde 2020 — ano em que foram anotados os 28 dias mais curtos desde 1960.

Outros dias com rotação mais veloz também são esperados nas próximas semanas: 22 de julho e 5 de agosto, com reduções estimadas de 1,38 e 1,51 milissegundo, respectivamente, de acordo com projeções do Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra (IERS, na sigla em inglês) e do Observatório Naval dos Estados Unidos.

Apesar de parecer trivial, a variação na rotação terrestre levanta dúvidas sobre as forças que regem o interior do planeta. Terremotos, derretimento de geleiras, deslocamentos de massas internas, alterações na atmosfera e até a posição da Lua podem afetar esse movimento. O que intriga os cientistas é que, historicamente, a Terra vem desacelerando, ou seja, a recente aceleração rompe esse padrão.

Especialistas apontam, por exemplo, que, quando a Lua está mais distante do Equador da Terra, sua influência sobre a rotação diminui, o que contribui para os dias mais curtos. Eventos extremos também têm apresentado impacto mensurável: o terremoto de 2011 no Japão encurtou o dia em 1,8 microssegundo, enquanto o de 2004 na Indonésia provocou uma redução ainda maior, de 2,68 microssegundos.

Desde a década de 70, o movimento do planeta é monitorado por relógios atômicos. Para manter a sincronia entre o tempo universal coordenado (UTC) e a rotação da Terra, 27 segundos intercalares já foram adicionados ao longo dos anos. A última adição foi em 2016. Agora, com a aceleração em curso, cientistas cogitam algo inédito: a remoção de um segundo intercalar até 2029, caso a tendência se mantenha.

 

Fonte: pleno.news